post\stone v2.1a

sunnudagur, desember 26, 2004 du.pli.pen.sar!

venho por meio desta expressar meu interesse repentino (ok, não tão repentino assim) no livro 1984, de george orwell.

guerra é paz. liberdade é escravidão. ignorância é força.

duplipensar é bem interessante. pra mim, é como jogar fora sua personalidade.
é, aquela coisa que te faz gostar de umas pessoas e não de outras, aquela coisa que faz algumas pessoas gostarem de você e outras não. obviamente a personalidade possui o seu lado "inconsciente", que não é tão arbitrariamente alterável, mas vamos deixar esse lado em paz dessa vez.
não sei se alguém chega a ser como eu, em tão constante mudança de idéias e opiniões, mas uns tempos antes de ler sobre esse autor, eu parei pra pensar, quantas coisas eu já não deixei de dizer e guardei pra mim mesmo por causa de "opiniões".

mas na verdade, você pode defender o que você quiser, quando você quiser, e sua opinião definitivamente não precisa ser constante. ser contraditório nem sempre é ser anta. tudo depende do ponto de vista -- e ter cabeça aberta é indispensável. pois afinal, o mundo não é sempre o mesmo. a humanidade não é sempre a mesma, as situações que vivemos não são sempre as mesmas. nunca foram, e nunca serão.

pois afinal, o sol não gira em torno da terra. o nosso planeta não é quadrado, e nem plano. groselha não faz bem. aquela garota que passava no fantástico não chorava diamantes. o homem chegou à lua. e o ciclo se repetirá.


rafael at 1:29 f.h.
föstudagur, desember 24, 2004 natal, é?

hm, tudo jogada de marketing pros pipoqueiros ganharem mais grana.

dia 24/dezembro foi ao ar, em 1906, o primeiro programa de rádio.

mas lord djizus krist nasceu mesmo dia 25?

yule é a celebração do solstício de inverno pelos pagãos germânicos antes da chegada do cristianismo. era celebrada todo ano, no dia 21/dezembro. talvez por isso, yule também possa significar "natal", no inglês arcaico.
muitos símbolos associados ao moderno feriado do natal (como por exemplo, comer carne como um porco, árvores de natal, o agrupamento de presentes, e as plantas usadas nos enfeites) são aparentemente derivadas dessa celebração. quando os missionários começaram a converter os germânicos para o cristianismo, eles acharam mais fácil (e parece que foi mesmo) simplesmente lhes apontar uma reinterpretação dos feriados, e deixar a cerimônia em si praticamente intacta. a tradição de matar um porco no natal é provavelmente a evidência mais saliente pra isso. originalmente, esse porco seria um sacrifício ao deus freyr nas celebrações de yule.
e a páscoa parece ter a mesma origem.

comportamentos assim de certo são os mais culpados pela grande massa de "católicos de natal" (vulgarmente conhecidos como "católicos não praticantes"; escolhem o catolicismo por ser a religião padrão no país e fodam-se as obrigações).
eu imagino os padres falando com os germânicos algo do tipo "não não, tudo bem, pode continuar celebrando do seu jeito, é só dizer que você é católico que você vai viver no céu ao lado do senhor pelo resto da eternidade, ok?"
e eu fico imaginando, qual era a maldita visão que os germânicos tinham do céu bíblico, se a religião deles já era tão ligada à astronomia. (lê-se religião mais "avançada", no ponto de vista científico)
por isso, engenharia social nota 10 pros senhores padres. mas eu os odeio profundamente por ter destruído a dádiva cultural e todo o conhecimento dos egípcios, incas, astecas, e todas as outras civilizações que eles desprezaram e queimaram por pura jogada de marketing.
conhecimento que provavelmente jamais teremos de volta, coisas que poderiam, talvez, ter feito a nossa humanidade ter se desenvolvido de outra maneira. uma maneira mais natural.

mas não! as pessoas sempre agem com ignorância extrema perante o desconhecido -- e provavelmente vai ser assim pra sempre.

já chega por hoje.
feliz natal, e lembre-se, se você for à missa, não faça tanta questão assim de assistí-la, pois já vai ter muita gente lá dentro. te garanto que o papai do céu não vai estar carente. e ele vai estar de bom humor também... sabe como é, alegria de pai.
e ele não deve tar nem aí pra você. deve estar arrumando o quarto do djezus.
ao invés disso, deixe de ser mão de vaca e compre pipoca! com queijinho, se possível, pois por trás daquele carrinho, deve existir alguém que precisa de dinheiro muito mais que uma instituição de ~2000 anos, e esse alguém provavelmente quer ceiar e tomar uma cerveja bem gelada quando chegar em casa, comemorando seu pico de vendas no ano!


ite, missa est.
(é, a missa acabou, agora que já enchemos o bolso de dinheiro e fizemos nossa lavagem cerebral semanal com sucesso, caiam fora daqui. opsss, errrm, uh, vão em paz, e que o senhor vos acompanhe.)


rafael at 1:37 f.h.
miðvikudagur, desember 22, 2004 oi gente, eu sou revoltado.

essa é a nossa humanidade agora.
nossos comandos, nossos botoes, nossos fios, nossos amigos, nosso mundo.

pessoas se matam e se confraternizam, guiadas por uma caixa de mensagens, e essas mensagens se movimentam, e movimentam o mundo.
todos conhecem os problemas. todos sabem a solução. e ninguém colabora. afinal, é muito mais simples e prático deixar para a próxima geração. vai ser mais fácil pra eles. é muito mais simples deixar pros outros. é muito mais fácil pra eles. eles podem mudar, nós não.

a expressão agora é exterior. o profundo não interessa -- o real valor é o que se encontra por fora, o que todos podem entender sem esforços, o que já vem mastigado, o que não tem mais arte.
o senso artístico é passado.

o amor.
o que era o grande combustível da compaixão e da união dos seres, agora tornou-se só mais um instrumento da engenharia social. não é mais um sentimento puro, talvez nem seja mais um sentimento, e de certo teve o mesmo fim da amizade -- é agora carregado de segundas intenções e segundos interesses.
foi vulgarizado. hoje em dia todos "amam", para agradar as pessoas ao seu redor, se sentir aceita pelas outras pessoas, que também "amam". e então encontram alguém melhor, ou encontram qualquer outro alguém, se cansam do "amor 1" e resolvem "amar" outra pessoa. ó, "amor 2", eu te amo como nunca amei ninguém antes!
onde foi parar o sentimento de doação? onde? "ser" de alguém, "pertencer" a alguém, é tão ruim assim?
o amor morreu.

ah, e os que se preocupam. os que sofrem. os que não sabem lidar com a contradição eterna, daqueles princípios que lhes foram passados desde a infância até a pré-adolescência. não faça mal ao seu coleguinha, e ele também não lhe fará. é só não fazer mal ao seu coleguinha, que ele também não lhe fará mal algum, entendeu?


e na verdade, ninguém pode mudar nada. ninguém pode se juntar a ninguém por nada. agora todos são diferentes. nosso mundo foi fragmentado. os sentimentos foram vendidos. a comodidade dominou. faremos o que for mais cômodo para nós, custe nossa evolução, custe uma revolução.
e nos tornaremos cada vez mais acomodados, até a mãe natureza dizer um adeus e dar um basta. a nós.


rafael at 8:56 e.h.
thats...

some kind of psychedelic experience


rafael at 2:44 e.h.



das memórias.