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miðvikudagur, desember 22, 2004 oi gente, eu sou revoltado.

essa é a nossa humanidade agora.
nossos comandos, nossos botoes, nossos fios, nossos amigos, nosso mundo.

pessoas se matam e se confraternizam, guiadas por uma caixa de mensagens, e essas mensagens se movimentam, e movimentam o mundo.
todos conhecem os problemas. todos sabem a solução. e ninguém colabora. afinal, é muito mais simples e prático deixar para a próxima geração. vai ser mais fácil pra eles. é muito mais simples deixar pros outros. é muito mais fácil pra eles. eles podem mudar, nós não.

a expressão agora é exterior. o profundo não interessa -- o real valor é o que se encontra por fora, o que todos podem entender sem esforços, o que já vem mastigado, o que não tem mais arte.
o senso artístico é passado.

o amor.
o que era o grande combustível da compaixão e da união dos seres, agora tornou-se só mais um instrumento da engenharia social. não é mais um sentimento puro, talvez nem seja mais um sentimento, e de certo teve o mesmo fim da amizade -- é agora carregado de segundas intenções e segundos interesses.
foi vulgarizado. hoje em dia todos "amam", para agradar as pessoas ao seu redor, se sentir aceita pelas outras pessoas, que também "amam". e então encontram alguém melhor, ou encontram qualquer outro alguém, se cansam do "amor 1" e resolvem "amar" outra pessoa. ó, "amor 2", eu te amo como nunca amei ninguém antes!
onde foi parar o sentimento de doação? onde? "ser" de alguém, "pertencer" a alguém, é tão ruim assim?
o amor morreu.

ah, e os que se preocupam. os que sofrem. os que não sabem lidar com a contradição eterna, daqueles princípios que lhes foram passados desde a infância até a pré-adolescência. não faça mal ao seu coleguinha, e ele também não lhe fará. é só não fazer mal ao seu coleguinha, que ele também não lhe fará mal algum, entendeu?


e na verdade, ninguém pode mudar nada. ninguém pode se juntar a ninguém por nada. agora todos são diferentes. nosso mundo foi fragmentado. os sentimentos foram vendidos. a comodidade dominou. faremos o que for mais cômodo para nós, custe nossa evolução, custe uma revolução.
e nos tornaremos cada vez mais acomodados, até a mãe natureza dizer um adeus e dar um basta. a nós.


rafael at 8:56 e.h.



da memória.