fimmtudagur, nóvember 27, 2008
eu ···
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música barata no despertador
empurrões trêmulos que ainda movem um balanço
que não volta
seis estrelas
vinte e duas nuvens
em um céu imenso de possibilidades
todo colorido
dos mais alegres tons de cinza:
o eterno teto dos balões que se perderam
é saudável, é saudável sim
troco as facas pelos garfos
esfarelo meus soldados
corto minha boca
mastigo
lentamente
traço a traço
meus pecados-
palavras
acentos
e sinais que
desatentos
avisaram
do talento que um há de ter
de se perder
em qualquer lugar
é um canto lento
ecoando num deserto de vidro amarelado
esmagado em dentes de acalanto
um manto
dobrado em forma de
socorro
em forma de
por favor não me ajudem
por favor um nada
e como cheguei até aqui
um lindo manto
dobrado em forma de abismo
me olhando nos olhos
e sendo retribuído
ali parado flerto com meu epitáfio
meu tronco e minhas folhas secas
visto minha roupa de dormir
é um sopro
é um inverno rigoroso
de terno e gravata
me olha sério
dou risada das moscas
que cômico, haha
yggdrasil de plástico
e o esgoto
rafael at 4:18 f.h.
fimmtudagur, nóvember 13, 2008
e o que não é?
é andar de olhos fechados
pelo escuro da solidão
é navegar navios de carta
perdidos
pelo mar de algodão
é cultivar órbitas de banquetes de estrelas de velas de areia no chão
e delas fazer um buquê de espelhos
que reflete
asas brancas esguias
eternamente tão juntas
embebidas em sonhos
encharcadas de petróleo
e esquecidas na ilha
de quem nunca vai voar
amor, eu sei, eu sei, eu sei...
é comprar uma passagem rasgada
e esperar chegar a algum lugar.
rafael at 2:12 f.h.