sunnudagur, maí 25, 2008
flutuante
cultivo flores para os mortos
afogo algumas pedras na areia
e caminho por elas com as formigas,
pela vastidão dos céus que eu não alcanço
vejo o olhar raquítico da lua, nublada pelos meus próprios olhos
vejo o infinito das estrelas, que não vejo e não conto
dobro em forma de saudade
minha vida e meus anseios
no envelope, meu nome
com o giz da cor do arrependimento, da leveza e do desejo
fecho e colo meu passeio
colho a verdade, o esquecimento e um perfume
de brisa que bate, que leva uma parte, depois faz sorrir
e o sangue escorre
uma pintura de pétalas e seus espinhos, desenhada pela criança do destino
me torno onda no mar do passado,
um sopro doce que em breve será salgado
só mais uma brisa
e é hora de ir
rafael at 6:11 f.h.