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sunnudagur, desember 02, 2007 a cidade que nunca dorme

um metrô passa pelo caminho que faço com os dedos. cada um lá dentro segura uma mala que contém seus sonhos, deveres, alguns documentos e um lanche rápido. ninguém aqui conhece a amizade. os aviões caem e decolam ao meu comando. posso levantar o telhado da casa que eu quiser, de um bairro rico ou pobre, e ouvir a conversa da família durante o jantar, se tiverem o que comer. o asfalto é de plástico; por mais calor que fizesse, ninguém poderia fritar um ovo nele. os carros passam devagar, e param às vezes. o céu é uma tocha azul e o sol aqui nasce ao sul. o tempo passa rápido demais, estrelas morrem antes de dar a luz; a lua é uma lâmpada apagada, cansada de brilhar. acaricio a grama das montanhas, invento penteados nas folhas das árvores. enterro ossos pros cachorros velhos desse parque, eles sim merecem viver por mais tempo. aqui a noite é um sonho distante, e aqui é sempre noite.
não sou um gigante. o que acontece é que o mundo que fiz é pequeno demais pra mim.


rafael at 3:07 f.h.



da memória.