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mánudagur, nóvember 19, 2007 garoa de merda

caminho por baixo das goteiras
elas me protegem dos idiotas
adoro pisar em falso
faço isso a cada passo
deixo as gotas me quebrarem inteiro
elas arrancam pedaços de mim
não ligo se são pedaços bons ou ruins
sei apenas que
quanto menos eu for, melhor serei

corro com uma tesoura na mão
corto minha língua, meus cílios
corto a linha que segura a bexiga da minha vida
sou um sorvete amargo, frio como a madrugada
sou a praça onde me perdi quando era criança
escureceu
e ainda não me encontrei
e não me encontraram


rafael at 6:09 e.h.



da memória.