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fimmtudagur, nóvember 09, 2006 could these sensations make me feel the pleasures of a normal man

era um moço, mas não era um rapaz. ele pensava em como salvar o mundo, mas não tinha nenhum crânio na sua mão direita, e nenhuma faca na sua mão esquerda. atravessou o portão enferrujado e caminhou até a calçada, que tinha acabado de ser varrida e já não tinha mais nenhuma folha seca que pudesse ser pisoteada. foi até a lata de lixo da esquina e olhou-a fundo, tampando o sol com o rosto.
depois de alguns segundos, f....:
"imagine um mundo distante, ou que o rio antes não corria nessa direção."
meteu os braços lá dentro e apontou pro refrigerante que saía de uma lata amassada e molhava provas colegiais de notas baixas com nomes já ilegíveis, pedaços de papel higiênico usado, e penetrava em alguns sacos plásticos rasgados.
"qual é a busca, se os lados não se tocam pelas mãos? por que cortar essas veias fora, mergulhar os olhos nos ponteiros de uma hora, voar pelas pedras rasgando as velhas cicatrizes, se no fim o túnel era só uma caixa, e a luz vinha de um pequeno furo, feito pra não se esquecer que fora do mundo há algo pra ser visto?"
os papéis, as latas, o saco plástico, as moscas, e todos os outros lá presentes prestaram muita atenção no que ele disse e refletiram, analisando profundamente cada uma de suas palavras.
ele tirou a cara de lá e atravessou a rua.


rafael at 10:59 e.h.



da memória.