post\stone v2.1a

þriðjudagur, ágúst 29, 2006 i let go

"yes, i'm leaving you tonight, silently and cowardly. i can't afford the living. know that your sleepy, smiling face in our warm bed will forever remain in my... in my memories."
so i left.
the outside world is still windy and cold, just like when i left it behind... and the stars are still there, shining for whoever wants to look up and see. i looked up.

"these flowers will never die",
so you said.


rafael at 9:06 e.h.
mánudagur, ágúst 21, 2006 e é nesse dia que eu solto sua mão.

cansei.
não quero mais brincar.
não quero mais tentar trocar papel por plástico e plástico por papel repetidamente.
não quero mais brincar de tentar voar.
escolher a asa certa é mais letal e perigoso que respirar no espaço.
e eu não teria pra onde ir.
voar parece bonito.
se afogar também.
não quero mais brincar de queijo artificial.
não quero mais brincar de controlar as vidas, engordar as vidas, e acabar com as vidas.
por um pedaço de papel.
existem vidas com valor.
o som é bonito.
os gritos de socorro dos heróis que já se foram.
e também dos que já se foram, mas ainda insistem em existir.
pra continuar se aclamando como herói.
não quero mais ver as meninas rindo e se empurrando.
os meninos se chutando.
as jovens apontando e rindo.
as jovens contando seus feitios sexuais.
a calçada sozinha.
cheia de plástico e folhas secas arrastadas de vez em quando.
o silêncio que existe no barulho.
a longa e solitária jornada.
só.
e ao lado.
o oceano.
o infinito que separa meus sonhos das minhas cicatrizes.
o infinito que separa meus sonhos das infinitas cicatrizes que eles causam.
mesmo sendo apenas sonhos.
o som continua bonito.
e perdido.
tão perdido quanto eu.
continuo jogando as palavras.
respirar dói.
a tosse me deixa bem.
sinto-me bem quando minha vista fica turva.
a arte de rezar e reconstruir.
pelo simples desprazer de ver tudo se desconstruir.
nada disso acontece propositalmente.
talvez algum dia me joguem entre as linhas paralelas de um caderno de folhas amareladas por café.
eu não quero.
respirar dói.
cansei.


rafael at 10:49 e.h.
mánudagur, ágúst 14, 2006 da palavra (do pobre canal raquítico)

como se perdesse as chaves na rua à noite e procurasse por elas debaixo do poste por ser o único local iluminado como se passasse nas portas do cemitério sem saber por quem procurar e acabasse visitando meu próprio túmulo como se ela acariciasse minhas cicatrizes como se minhas cicatrizes não existissem como se fosse um escândalo procurar por chaves como se fosse um escândalo procurar pelo próprio túmulo como se fosse um escândalo ter as cicatrizes acariciadas me arrependi do futuro vou mudar de idéia vou fazer um novo passado como se fosse um escândalo se arrepender como se fosse um escândalo mudar eu vejo isso chegando eu vejo os escândalos chegando eu viro de costas continuo andando como quem não procura nada mas na verdade eu procuro procuro um buraco confortável onde eu possa encostar e apoiar meu rosto de lado na parede ou minha vida de lado na parede na parede na parede com desenhos bonitos ao grafite cinza escuro borrado não muito legível nem visível mas é como se os sentimentos ainda estivessem lá como se a arte não fosse do autor como se a arte fosse do mundo e ninguém ninguémzinho subisse no palco de isopor o palco aquele poliestireno expandido plástico celular e rígido é como se ninguém subisse naquilo e desse pulinhos e apontasse ei isto é meu e é assim páro finjo que penso não penso foda-se fecho o armário estaciono o carro tranco o carro ando um pouco e foda-se de novo encontro um bilhete no chão pego o bilhete do chão leio o bilhete do chão jogo o bilhete no chão piso no bilhete e não foi a primeira vez do bilhete e é assim páro finjo que penso não penso mesmo o bilhete dizia me esforço pra lembrar volto pego o bilhete do chão leio o bilhete do chão ele pede pra que eu preste atenção nele lê-se "por favor preste atenção em mim" eu o faço por uns instantes ele não especificou quanto tempo já que ele o tempo ele é relativo acho que alguns segundos podem ser vários dias pro papel dessa vez eu amasso e de novo jogo no chão de novo mas dessa vez sem pisar e dou mais uns outros passos esquerda direita esquerda direita esquerda esquerda esquerda e ainda é assim páro penso finjo que penso não penso mesmo mesmo mesmo só estabeleço as palavras na comparação não penso finjo que penso isto é a comparação o que posso ser além de ser comparado com o que já foi ou o que é ou o que nunca foi e/ou nunca será como será como se pensasse como se fosse como se existisse mas não há não foi não é nem como foi nem será nem nunca será nem como é.


rafael at 6:58 e.h.



das memórias.