mánudagur, maí 29, 2006
(tosses, tosses.) eu costumava ser
e foi assim:
elefantinhos girafinhas e macaquinhos rabiscados na parede
um urso de pelúcia esfaqueado
um cachecol ensangüentado
algo falta aqui
vou dizer tudo muito rápido e sair correndo no final
sou da era dos vícios das lâmpadas queimadas dos santos doentios das cicatrizes cobertas com areia e sal das doenças curáveis dos braços mecânicos e das estradas de ferro
sou a vida trancada em uma casa de vidro frágil limitada à luz fosca da televisão sintonizada num canal fora do ar que tosse ao invés de respirar
sou a sombra da folha seca que cai
no reflexo borrado que mora no espelho.
rafael at 10:41 e.h.