post\stone v2.1a

föstudagur, ágúst 26, 2005 carregado pelos pontos

kaboom e uma cratera.

uma caixa preta que se movimenta;
todos olham e admiram,
ela tem até mesmo vontade própria e sente frio;
mas eles não entendem nada.

notícias no jornal dizem que estudiosos da universidade de nome estranho que tem uma sigla não terminada em vogal acreditam que ela possuía uma forma muito mais complexa- algo como um cilindro com centenas de milhares de curvas de bezier, ou até mesmo um personagem de filmes em 3d, daqueles que estão constantemente em cartaz nos cinemas da terra e do inferno. acreditam também que ela sabia se movimentar muito bem.



queria poder ajudar agora. porém ela queria poder ser alguém, qualquer hora, só pra saber como se sentir, pra voltar a ser uma caixa preta feliz.

a caixa preta só queria lembrar seu nome a caixa preta só queria poder rolar como fazia antes a caixa preta não queria ser uma caixa preta ela definitivamente _não_queria_ser_uma_caixa_preta_

(algo lá dentro eles ainda não descobriram.)

no fim do dia, ao pôr-do-sol, ela foi carregada pro armário do prefeito por dois senhores fortes de cabelo grisalho, e esquecida lá dentro por muito tempo.
e ela podia enchergar no escuro- viu que na porta havia um espelho.
talvez ela tivesse luz própria, e a luz tivesse escurecido, quem liga? de qualquer maneira, ela quis se convencer de que o quadrado vazio que via no reflexo do espelho não era ela. "eu não sou isso. eu nunca fui isso. eu nunca vou ser isso. eu... eu sou um espelho. claro que sou... eu sou. e aqui, eu posso fazer o que quiser, o tempo todo."

enquanto isso, um vento violento mas agradável arrancava folhas de árvores e uma leve chuva dava as caras, do lado de fora do mundo.
e ela não viu.

provavelmente iria gostar de se equilibrar na janela e ver todos aqueles movimentos~
mas o espelho estava ocupado demais se convencendo de que aquela caixa era realmente feia.


o sino tocou, e ninguém estava fugindo- e ninguém encarava a verdade;

a caixa se tornou vazia em excesso, e ascendeu aos céus após o funeral do falecido prefeito, no dia 16 de setembro do ano de 1854. ela passou a ser (in)definida apenas por traços cinzas interligados e flexíveis, e até hoje me perturba como uma mentira branca.

fim.


rafael at 9:40 e.h.
brinde nove

all my plans are dreams there is nothing i can see
all my plans are dreams there is nothing i can touch

all my plans are dreams there is nothing i can see
all my plans are dreams there is nothing i can touch

all my dreams are memories and i don't know who i am
all my dreams are forgotten and i can't remember who are you


rafael at 12:53 e.h.
miðvikudagur, ágúst 17, 2005 veja só, como o dia está lindo,

veja só, ele está realmente lindo!

os cabos e os postes que compartilham espaço com árvores verdes e plantas verdes
atravessam a luz do sol e fazem sombras sintéticas e paralelas,
pelas quais podemos caminhar em cima de mãos dadas e ainda não morrer se pisarmos fora delas.

sombras paralelas nas quais podemos ainda ver ainda grades de uma ainda prisão.

podemos respirar fundo e olhar pro chão-
pensar em quantas substâncias residem ali, quantas vidas, e elas jamais serão vistas.
podemos engolir um pequeno, redondo pedaço de plástico com algumas vidas mortas lá dentro, e elas vão

ajudar nossos problemas.

podemos fazer silêncio e sentir ondas passando
sons, imagens, músicas, e não podemos ver nem ouvir;
o distúrbio de moléculas que nunca terão paz...
elas se unem...
compartilham o que têm...
e nunca


nunca terão paz.



é,
ele está realmente (l)indo (embora).


rafael at 6:13 e.h.
laugardagur, ágúst 06, 2005 feels like the autumn's gone away.

alguns minutos se passaram e eu ainda não percebi;
dá pra sentir o ar, e não consigo te sentir.
o tempo acabou e nunca se tem certeza de que ele há de voltar.
vidas se encontram como a neve encontra uma pista congelada- de floco em floco, de queda em queda.
e um relógio que parou devido ao frio, continua dizendo, insiste em dizer, fazendo seu trabalho, e a simples razão da sua existência: 7h12pm.
queria que meus ponteiros continuassem no mesmo lugar, na mesma posição.
e tudo que estivesse ao nosso redor naquele momento se desintegrasse.

árvores secas.
folhas caídas.
animais brincando à nossa volta.
um abraço sem desculpas.
dois anjos fariam gracinha um para o outro, logo acima de nós, olhando duas almas perdidas e rindo da maneira engraçada que elas têm de se encontrar.
ficaríamos então parados por alguns minutos,
e depois rolaríamos entre as folhas.


queria me perder em um lugar familiar.
com uma pessoa familiar.
é só... só isso.


rafael at 7:15 e.h.



das memórias.