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mánudagur, júlí 04, 2005 this is how the pictures are distorted and this is how the world will end

ali passaram a noite, esperando o sol se escurecer. vendo a luz se refletir na neve, que nunca mais derreteria. ela caía, floco a floco, e eles sentiam aquilo que um dia fora chamado de "tempo", passar.
sonhavam com as estrelas, com a lua, com o momento em que poderiam sentir a escassa vida dos planetas que sobreviviam se manifestar.
é como se aquelas duas pequenas criaturas dotadas de uma asa só esticassem seus braços ao espaço como antenas buscando sinal, e assim fugissem do inevitável, de que tudo ao redor do sol estava condenado ao fim, naquele momento.
ainda assim queriam seu último olhar- um mísero sinal para que aquele vôo sem destino não fosse em vão, ou para que pudessem se enganar; por mais apenas alguns distorcidos segundos.
ao fim da espera, ao fim do oxigênio, quando os últimos fluxos de vida daquele planeta se desintegraram, deram as mãos, e ascenderam à imensidão que se escondia, adormecida além dos céus, para terminar sua existência em meio a fragmentos de estrelas, a meteoros sem mais local algum para destruir, planetas que perderam sua órbita. sentiram o oxigênio escorregar de seus já frágeis pulmões, e perderam o fôlego, flutuando submersos no infinito como fracos anjos que esqueceram como voar.


rafael at 11:43 e.h.



da memória.