post\stone v2.1a

sunnudagur, maí 29, 2005 mar cas

não sei mais se o palhaço tá aqui pra me fazer rir ou pra se divertir comigo
a esperança é que no fim dessa putaria toda ele pegue seus bambolês e bolas coloridas e nariz vermelho e maquiagem idiota e caia fora daqui.
hoje não é dia de brincar com sangue~~~




mas
aqueles dois ainda estão ali
sentados
no alto da alta montanha gelada
acenando pros pássaros
pros peixes lá embaixo
pras nuvens que formavam o que eles bem quisessem ver
sob o pôr-do-sol
que sempre os fez sentir aquela graaande intocável laranja mais de perto
o que ainda não é o suficiente para aquecer os dois seres.

nunca tendo vivido
eles se encontram perdidos
ele não sabe o que fazer
ela não sabe o que faz.

a tempestade chega
o sol se desintegra
as nuvens se rebelam,
tornam-se negras como o véu de uma viúva
e os raios, cortam os céus
tudo desaba
o pequeno ser se levanta, tenta fazer algo pelos que sofrem lá embaixo
algo como, por exemplo, jogar uma agulha no chão e colocar palha ao redor dela
mas sua companheirinha o segura e diz;
"deixa cair, tudo cai."
e eles se abraçam, como se aquilo servisse de consolo
se perdem um no mundo do outro,
vendo tudo acontecer mais devagar
vendo o mundo girar mais devagar
e ela conclui;
"há beleza em todas as cenas,
não há nada de ruim numa tempestade"
e ele não sabe o que dizer
e ela não sabe o que diz.

deixa, deixa cair,
tudo cai
e na beleza de ver tudo de longe,
ele não sabe o que fez
ela não sabe o que fez.


rafael at 10:11 f.h.



da memória.