post\stone v2.1a

mánudagur, maí 30, 2005 feels like more

um relógio parado
e um pêndulo, pendurado
andando de lado em lado
querendo chamar a atenção
não se esqueça daquilo
não se esqueça daquilo
não se esqueça daquilo.

mas olha.
olha bem pra mim,
aqui nesse cristalino de pedra.
por dentro, uma esmeralda é tudo que se projeta;
frente, trás.
de lado,
ao lado.
como se fosse uma película, um filtro verde translúcido
que me deixa olhar tudo, mas me faz não ver mais nada nem ninguém
me faz não querer ver mais ninguém
não quero ver mais nada
se sentir completo e incompleto ao mesmo tempo
e se o filtro sumisse
não enxergaria mais nada

.

um copo cheio de água, jogado ao deserto,
no sol, ao céu aberto,
ele não quer ser esquecido
como um relógio quebrado
nem abandonado
como um trem enferrujado.

.

e aquele veeelho trem enferrujado.
muito, muito bem lembrado

onde as formigas passavam
construíam suas casas, e serviam sua raínha com a mais fina glicose do reino locomotor;
enquanto os vagões balançavam,
já que o vento batia.
fazia o catavento que as crianças deixaram na cabine do motorista girar, e girar
e ali no seu último vagão...
onde os amantes se encontravam,
e contavam um ao outro
seus segredos
suas mágoas
se abraçavam

se amavam.


rafael at 8:09 e.h.



da memória.