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miðvikudagur, maí 18, 2005 bloodstained spiders

e o homem disse, ao mesmo tempo que descia as escadas para o sótão- "você não sabe viver, garoto. provavelmente não conseguirá nem guiar sua própria vida como um ônibus percorre sistematicamente estradas de cidade em cidade, todos os dias, sem cessar."

e o tal garoto, cabisbaixo e encolhido no canto mais escuro do cômodo, levantou o dedo indicador de sua já ensanguentada mão direita, e, ao mesmo tempo que o sangue pingava suas últimas gotas de vida, segundo a segundo, no chão, pronunciou- "então aqui estou- sem veículos, sem estradas, sem cidades. a pé, descalço, sem lar. andando, em direção ao horizonte que não podes ver, pela grama molhada... sentindo a brisa fazer essas gotas voarem em direção ao oeste, e observando como elas se desintegram pela vastidão do ar. cumprimentando formigas e aranhas quando com elas me encontro, pois elas são as minhas mais verdadeiras e puras amigas; e faço-o com esses olhos mortos e essas mãos frágeis, que você... você, me deu."


rafael at 7:24 e.h.



da memória.