sunnudagur, apríl 10, 2005
um, dois, três iguais.
=1
como uma criança caindo numa espiral
esperando por seus pais numa saída qualquer
com aquela esperança que tudo um dia se torne repleto de bolhas de pão de ló
que estouram como sonhos,
sem realização alguma
cercados por desnecessários muros e divisões diplomáticas
na vista de uma cachoeira;
uma seca, cachoeira-
uma seca cachoeira que eu acreditava que nunca mais me molharia-
uma seca cachoeira onde eu não acreditava
==2
e é engraçado como;
como eu ainda não descobri a direção das engrenagens e nunca soube acompanhar suas estradas,
como eu custei a perceber que tudo está começando a morrer
começando, a morrer
e é deprimente como;
como vc é insensível,
insensível a ponto de não enchergar os pássaros, só mais um pouco acima da sua mente
devorando sementes,
olhando para baixo, saudando aquele seu pão, com seus bicos, e asas
mas não, não é isso o que eles querem;
eles querem
vc.
===3
e o braço torna-se um cinto feito com pele de onça
que se transforma numa platéia de pessoas ricas,
burgueses e purês de batata da maldade
há uma torre de metal ali,
enquanto as cortinas se fecham e tudo volta a se escurecer.
os atores jogam suas roupas no armário
emendam todas as crianças que foram cortadas ao meio durante o espetáculo
trancam seus respectivos cubículos, e caminham em direção ao estacionamento
.
.
onde cada um de seus gatos e cães podem ser notados
implorando por uma nova vela
implorando por um novo ar
implorando
por uma nova luz
rafael at 12:03 f.h.