post\stone v2.1a
sunnudagur, janúar 21, 2007
vamos, essa é a minha chance! minha grande chance.
lentilha
lente
lento
o relógio não pára de se divertir comigo
ele quer me ver morto
logo
e pra isso, ele ajusta tudo, pra tudo passar
devagar
gosto das lentes que invertem a vista
andar é se afogar numa sopa de ervilha
quente
rafael at 12:01 f.h.
fimmtudagur, janúar 11, 2007
minhas férias
toda porta está fadada a envelhecer e morrer
toda horta é envenenada em facadas que não se vê
todo vale tem um rabo e uma pergunta
toda morte é procurada por urubus e
shhhh
já é tarde demais pra se preocupar com isso.
rafael at 12:41 f.h.
laugardagur, janúar 06, 2007
janela de acrílico velho
a graça de tudo pra eles lá em cima é o direito que a gente tem pra escolher se vai pela esquerda ou pela direita.
apostam um milhão de nadas pra ver quem vai perder a vida na rua perpendicular: é maravilhoso, a espectativa do ato de atravessar a rua, e ser ou não atravessado por uma bala caseira, meter ou não o queixo na calçada, uma chance de 50% de
rafael at 10:20 e.h.
föstudagur, janúar 05, 2007
panorama de w.c.
do chuveiro pinga sangue.
a torneira só serve pra
regular a temperatura.
o ralo dá pro esgoto, onde tem um cano com
uma peça faltando.
que alguém arrancou
pra jogar beisebol.
ou pra fazer
um caleidoscópio.
e se deliciar com as infinitas combinações
de sangue.
colorido.
rafael at 10:13 e.h.
fimmtudagur, janúar 04, 2007
eles chegam com botas cheias de bar
ro, como se fossem belíssimas jarras de cerâmica, só que sem as pinturas, e te metem um revólver no céu da boca e dizem que você vai ser feliz, e você se esforça pra fazer os movimentos bucais e dizer "eu vou" sem tirar o cano do lugar.
rafael at 4:41 e.h.
das memórias.