miðvikudagur, mars 29, 2006
kicking a dead pig
estava eu voltando pra casa, em um lindo dia chuvoso. a chuva era fina, daquelas que dá vontade de caminhar pela rua e olhar pros prédios sem pensar em nada especial. emocionalmente eu não me sentia nada legal. já no quinto lucky strike do dia, perseguido por imagens que se repetiam e impregnavam a minha cabeça e eu sequer tinha certeza de que eram reais e pensando em como as pessoas devem achar muito mais interessante chutar alguém que já está caído no chão, dei mais alguns passos naquela avenida, talvez uns dois quarteirões até, e vi uma nota de cinqüenta mil cruzeiros, daquelas com o rosto do câmara cascudo estampada em um lado, e com uma foto do bumba-meu-boi no outro, dobrada ao meio e molhada no chão. cruzeiros, hmph! pois é. mas depois de uns seis passos eu olhei pra calçada e pras gotas caindo nas poças e resolvi voltar e pegá-la. é, pegar a nota. na verdade acho que me identifiquei com ela, e que me dei conta disso quando olhei pra baixo e me vi. era como se estivéssemos passando pelos mesmos problemas. aposto que algum dia ela já foi muito importante pra alguém. e o que vem depois desse ápice não é divertido. eu sei que não é. acabei adquirindo algum tipo de carinho por ela. acho até que ela também gostou de mim. caminhei por mais uma avenida e meia e algumas ruas de menor tamanho com ela na mão. e agora ela tem nome e é minha amiga: rebecca.
rafael at 4:34 e.h.
miðvikudagur, mars 15, 2006
e nunca mais se encontrar
eu fecho os olhos e apago a luz aqui dentro
o vento lá fora ele bate fraco demais
perdido no infinito que o escuro esconde
manchas coloridas em sonhos me fazem companhia
elas me mostram coisas bonitas
elas estão sempre perdidas comigo
elas são boas amigas
rafael at 6:33 e.h.
laugardagur, mars 04, 2006
#76
afogo o mundo em um copo de niilismo
mas meu problema maior é continuar acreditando em olhos que não existem.
rafael at 6:42 e.h.