post\stone v2.1a

sunnudagur, desember 25, 2005 em uma casa branca

hoje eu olhei pela sacada.
eu vi uma pessoa morrer sufocada,
vi uma família comemorando a chegada de um carro,
e vi prédios novos caindo como se fossem sonhos de infância.
hoje, eu fechei a janela.


rafael at 3:00 f.h.
miðvikudagur, desember 21, 2005 beautifully-coloured white pills

beautifully-coloured white pills.
never leave my dreams
sing me beautiful nonsense
let me down, make me high,
take me down, take me up to the sky.

now go and take me
take me to a place no one is right.

and in the end,
it all turns green

again
and again
and over and over
again.


but here i am.
still searching for a place i'd like to stay.


rafael at 12:57 f.h.
þriðjudagur, desember 13, 2005 sobre nuvens e cristais

sempre que olho para o céu e observo as nuvens, me mostrando seus formatos, se movimentando, me fazendo refletir e me fazendo sorrir, é impossível deixar de me lembrar de um certo dia...

quando o vento batia forte, carregando e movimentando as nuvens, e as ondas e a brisa do mar me mostravam o que é estar vivo, repentinamente senti uma presença peculiar e, como se tivesse nascido para fazê-lo, eu me virei para a direita.

estava ali uma mulher, de estatura mediana, cabelos longos brancos, trajando largos vestes de cor negra. ela tinha olhos de cristal. eu a chamei de mãe. foi involuntário, mas me senti bem.

"mamãe" me fitava, e pressupuz que já o fazia há um certo tempo, mesmo antes de manifestar-me sua existência. tudo o que ela fez, após notar minha reação, foi olhar em meus olhos, e depois olhar para o céu, dizendo:
"eu as chamo de nuvens. não entendo por quê as pessoas insistem em procurar as coisas mais distantes, quando as mais próximas ainda carecem de atenção. você entende, criança?"

me mantive em silêncio, olhando para a mesma direção que ela, e ela prosseguiu.

"elas estão acima de nós, e nós não as entendemos. elas podem nos ver, mesmo quando tudo está escuro, mesmo quando estamos cabisbaixos e observando o chão. mesmo quando nos escondemos de nossas vidas, e mesmo quando nos esquecemos completamente de que elas existem. elas vivem. vivem em constante conflito entre o _bem_, e o _mal_. é uma luta. uma luta além da nossa compreensão, uma luta que não tem fim. uma luta sem fim e sem causas, simplesmente alimentada por cargas opostas que, no fim das contas, não possuem valor algum. tudo é tão... trivial..."

ela desapareceu logo em seguida.


até hoje, alimento minhas dúvidas e me questiono se aquela mulher era realmente real, ou se era realmente minha mãe... mas posso, até hoje, sentir sua presença, como se ainda estivesse muito próxima de mim.


rafael at 1:41 f.h.



das memórias.